O conceito de decolonialidade surge como uma resposta crítica ao eurocentrismo, que é a perspectiva que considera a cultura e a história da Europa como universais, muitas vezes em detrimento e marginalização de outras culturas e modos de conhecimento. O eurocentrismo se manifesta em diversas esferas, como na ciência, na filosofia e nas narrativas históricas, perpetuando uma visão de mundo que subestima ou ignora as contribuições de povos não europeus. A decolonialidade, por sua vez, busca descolonizar saberes, práticas e identidades que foram historicamente moldadas pela dominação colonial. Essa abordagem propõe um reconhecimento e valorização das epistemologias locais e a ressignificação das narrativas históricas. Ela se fundamenta na ideia de que as experiências e conhecimentos das populações colonizadas têm valor intrínseco, e que é necessário questionar e subverter as estruturas de poder que perpetuam a desigualdade. O diálogo entre decolonialidade e eurocentrismo envolve uma reflexão profunda sobre a história da colonização, as suas sequelas e as novas formas de dominação que ainda persistem. Enfatiza a importância de construir um mundo onde múltiplas vozes possam coexistir, permitindo uma troca de saberes que respeite a diversidade cultural e promova a equidade. A decolonialidade, portanto, é um convite à reinvenção de um futuro coletivo que reconheça e celebre a multiplicidade das experiências humanas.