O Império do Lucro e a Morte do Planeta
14/02/2025 at 09:02:24
Author: Jackson Cionek
14/02/2025 at 09:02:24
Author: Jackson Cionek
As emergências climáticas é um grande problema ambiental moderno. Para os povos originários das Américas, a natureza sempre foi sagrada, e seus sinais sempre foram interpretados como mensagens de equilíbrio ou desordem no mundo. Hoje, os desastres naturais que testemunhamos – secas extremas, incêndios devastadores, derretimento das geleiras, tempestades e inundações – podem ser vistos como Tupã, Pachamama, Omama e o Grande Espírito alertando que algo está profundamente errado.
Desde tempos imemoriais, as religiosidades ameríndias compreendem que a vida está intrinsecamente conectada ao território. Não há separação entre ser humano e natureza: somos parte da mesma teia. Tupã, o trovão, anuncia a fúria do céu; Pachamama, a Mãe Terra, sofre quando suas entranhas são violentadas pelo extrativismo e pelo desmatamento; Omama, o criador do povo Yanomami, vê seus rios adoecerem com mercúrio; e o Grande Espírito observa sua criação sendo sufocada por concreto e fumaça.
Mas se os sinais sempre estiveram claros, por que a humanidade continua ignorando a voz da terra?
A colonização europeia trouxe consigo uma visão de mundo que rompeu o equilíbrio sagrado das Américas. Diferente das sociedades ameríndias, que viam a terra como um ser vivo a ser respeitado, a visão europeia cristianizada impôs a ideia de que a natureza existe apenas para ser explorada, dominada e lucrada. A domesticação da mente humana começou a partir do momento em que se separou o homem da natureza, transformando florestas sagradas em pasto, rios sagrados em esgoto e montanhas em fontes de lucro infinito.
O craving por lucro, essa fome insaciável por acumulação, rompeu o pacto ancestral entre humanidade e natureza. O sistema econômico que governa o mundo hoje não é compatível com a vida:
Tudo isso, em nome do crescimento econômico sem limites, uma ideia que não existe em nenhum outro ser vivo. Nenhuma árvore cresce para sempre. Nenhum rio pode ser drenado sem secar. Nenhuma sociedade pode consumir sem fim sem colapsar.
A ciência moderna, ironicamente, está começando a comprovar aquilo que os povos originários sempre souberam. Os dados são claros:
Cada um desses eventos é um sinal – não apenas científico, mas também espiritual. São os espíritos da natureza gritando que o ciclo foi rompido, e que a humanidade precisa reaprender a ouvir a Terra.
Se a causa do problema foi a separação do humano da natureza, a solução passa por reconstruir essa conexão. Mas isso não pode ser feito sob as mesmas regras que destruíram o planeta. Não será o mercado que salvará a Terra, porque foi ele que a condenou.
A Ciência com Evidências nas Cosmovisões Ameríndias - Uma Necessidade para a Sobrevivência Global
O resgate das cosmovisões ameríndias não é apenas uma questão cultural, mas uma necessidade de sobrevivência global. Algumas direções possíveis incluem:
Reconhecer os Direitos da Natureza
Reduzir o Consumo ao Essencial
Fortalecer as Comunidades Indígenas e Tradicionais
Criar Modelos Econômicos Baseados em Regeneração
Promover uma Espiritualidade Conectada à Vida
Tupã troveja. Pachamama estremece. Os rios sangram. O fogo consome florestas. Mas ainda há tempo. A escolha que fazemos agora definirá se a humanidade seguirá o caminho do equilíbrio ou deixará de ser.
A sabedoria ancestral já conhece a resposta. Basta ouvir e agir antes que seja tarde demais.
O Império do Lucro e a Morte da Terra
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