Ser Crer e Saber
08/11/2024 at 02:11:58
Author: Jackson Cionek
08/11/2024 at 02:11:58
Author: Jackson Cionek
Ser Crer e Saber
O conceito estendido de Yãy Hã Mĩy, conforme utilizado por Jackson Cionek, relaciona-se profundamente com os aspectos neurobiológicos e cognitivos do crer, saber, querer, gostar, sentir, pertencer e a própria Mente. Aqui está como esse conceito pode se harmonizar com a complexidade das atividades cerebrais.
Essa harmonização entre o conceito de Yãy Hã Mĩy e as atividades cerebrais destaca uma abordagem holística da existência, onde todos esses elementos são interdependentes e contribuem para a realização de um estado de alta performance sustentada por uma fé profunda e um conhecimento integrado da vida.
Desde o estágio embrionário do ovo até a fase adulta, o ser humano é continuamente moldado por um fluxo constante de informações que influenciam a percepção e o funcionamento da mente. A capacidade de processar essas informações é fundamental para desenvolver a consciência, a percepção e a interação com o mundo.
Yãy Hã Mĩy é um conceito profundo dos Maxakali que reflete a ideia de imitar-se SER para transcender-se SER. Está associado ao processo de crescimento e desenvolvimento humano, desde os primeiros estágios da vida até a alta performance. O conceito abrange a imitação de movimentos, sons, hábitos, crenças e fé, culminando em criatividade sustentada por essa imitação e pela fé subjacente.
Dentro dessa visão, fé não é apenas um elemento religioso, mas um mecanismo cerebral essencial para a ação e o movimento. O conceito de Yãy Hã Mĩy sugere que o ser humano começa imitando o mundo ao seu redor e, através dessa imitação, constrói sua subjetividade e consciência de si. A fé, nesse contexto, é o que permite que essa imitação se transforme em uma expressão autêntica e criativa do indivíduo.
Jackson Cionek usa Yãy Hã Mĩy para explicar como a mente se percebe em um local de fala, o espaço subjetivo em que a consciência se manifesta. Esse espaço pode ser harmônico para alguns e perturbador para outros, ressaltando a necessidade de um senso crítico e a valorização da individualidade sem imposição de um único ponto de vista. Ele também relaciona esse processo ao Monismo de Triplo Aspecto de Alfredo Pereira Jr., onde a interação entre interocepção e propriocepção forma a base da experiência consciente.
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Dentro da ideia da Mente Damasiana, que combina interocepção (sensações internas do corpo) e propriocepção (consciência do próprio corpo no espaço), o processo de construção de crenças está profundamente enraizado nas experiências emocionais e corporais que influenciam a percepção de realidade de um indivíduo. A Mente Damasiana sugere que a mente não é separada do corpo, mas sim uma extensão dele, integrando sentimentos, percepções e cognições em um fluxo contínuo de consciência. Quando as emoções se sobrepõem ao raciocínio, a interocepção pode ser dominada por estados emocionais que reforçam crenças, mesmo em detrimento de evidências científicas.
O Monismo de Triplo Aspecto, por sua vez, propõe que a mente, o cérebro e a experiência subjetiva são diferentes aspectos de um mesmo fenômeno. Sob essa perspectiva, a formação de crenças é influenciada tanto pela percepção sensorial direta quanto pelo contexto social e cultural que molda essas experiências. Quando um grupo ou ideologia promove consistentemente uma visão que enfatiza o “crer” sobre o “saber”, os indivíduos são expostos a um condicionamento onde as emoções, principalmente as que envolvem medo, pertencimento e identidade, fortalecem a aceitação dessa crença como verdade.
No caso da negação de vacinas ou emergências climáticas, os mecanismos que entram em jogo podem ser explicados pela influência dessas crenças em:
1. Circuitos Emocionais Dominantes: A aceitação de informações que provocam respostas emocionais intensas é reforçada pela conexão entre emoções e memória. Mensagens que instigam medo, desconfiança ou pertencimento a um grupo específico podem sobrepor-se às informações racionais, favorecendo o “crer” como uma resposta imediata de proteção e coesão social.
2. Feedback Positivo e Bolhas Informativas: A repetição de informações enviesadas ou falsas em ambientes fechados, como redes sociais e grupos ideológicos, cria um ciclo de feedback positivo que valida o crer através de apoio coletivo. A Mente Damasiana, ao interagir com estímulos repetidos, tende a integrar essas percepções como experiências sensoriais vividas, tornando a crença uma "realidade sentida".
3. Fé como Mecanismo Neurobiológico: O Monismo de Triplo Aspecto sugere que a fé é um mecanismo cerebral fundamental que facilita a ação e o movimento. Quando uma ideologia promove a fé como pilar central, o sistema nervoso é ativado de forma a reduzir a dissonância cognitiva, priorizando a congruência entre as ações e as crenças sustentadas. Assim, informações que contradizem a crença são interpretadas como ameaças, provocando reações de defesa.
4. Identidade e Percepção Coletiva: O pertencimento a grupos com ideologias fortemente enraizadas, que utilizam narrativas religiosas ou de identidade para se opor a conceitos como Estado laico, reforça a rejeição ao saber em favor do crer. A mente integrada, ao processar emoções, crenças e corpo como uma unidade, se inclina a proteger essa identidade através da adesão a discursos que mantêm a coesão grupal.
Portanto, em um contexto educacional que não incentiva a análise crítica e fomenta emoções polarizadoras, os indivíduos podem ser levados a priorizar o crer, mesmo quando isso os faz ignorar evidências claras. O desenvolvimento de processos educacionais que englobem a interocepção e a propriocepção como base para o pensamento crítico pode ajudar a mitigar esses vieses, promovendo uma sociedade que integra saberes e crenças de forma mais equilibrada e consciente.
A construção do saber é um processo profundamente interligado com os mecanismos cerebrais que envolvem o querer, gostar, pertencer e crer, e isso se dá desde a formação cerebral na infância até a vida adulta. O desenvolvimento cerebral desde a infância até a vida adulta é guiado e potencializado por essas interações, que juntas formam um ciclo de aprendizado contínuo e profundo, sustentado por experiências sociais, emocionais e cognitivas.