Apus: A Propriocepção Estendida – Neurociência Decolonial
27/10/2025 at 04:10:59
Author: Jackson Cionek
27/10/2025 at 04:10:59
Author: Jackson Cionek
“Sentir o corpo é sentir a Terra; mover-se é mover o mundo.” — Jackson Cionek
O Corpo como Território
A ciência costuma definir a propriocepção como o sentido que permite perceber a posição e o movimento do próprio corpo.
Mas nas cosmologias ameríndias, o corpo nunca é separado do ambiente — ele é território,
uma extensão viva do solo, das águas e dos ventos.
O conceito de Apus, aqui, amplia a propriocepção para além dos limites físicos do corpo.
Apus é a propriocepção estendida: o sentir de si no mundo e o sentir do mundo em si.
É o reconhecimento de que o corpo é, ao mesmo tempo, sujeito e paisagem —
um sistema aberto de trocas entre o dentro e o fora, o biológico e o cósmico.
Mente Damasiana e percepção ampliada
Na perspectiva da Mente Damasiana, consciência surge da integração entre interocepção (o sentir interno) e propriocepção (o sentir posicional).
O Apus surge quando essa integração se estende:
quando a fronteira entre corpo e ambiente se dissolve em sincronia respiratória, térmica e emocional.
O ar que entra e sai, o som que ressoa, o calor que toca a pele —
tudo isso é informação proprioceptiva expandida.
É o corpo reorganizando o ambiente e sendo reorganizado por ele em ciclos de retroalimentação contínua.
Essa percepção estendida é o que chamamos de estado ecológico de consciência:
quando o sistema nervoso deixa de buscar o controle e passa a sentir o fluxo do mundo como parte do seu próprio metabolismo.
O Corpo-Terra e a consciência ecológica
O corpo humano é um sistema de ritmos que ecoa os ritmos planetários.
O batimento cardíaco sincroniza-se com as ondas respiratórias;
os ciclos hormonais seguem os ciclos solares;
e os fluxos de atenção acompanham a luminosidade do dia e o silêncio da noite.
Embora o Sol seja o principal modulador dos nossos ciclos circadianos,
a luz refletida pela Lua exerce um efeito sutil, especialmente à noite.
Durante as fases de lua cheia, o aumento da luminosidade pode atrasar o início do sono
ou reduzir sua duração — um resquício adaptativo de quando o ser humano vivia sob luz natural.
Mas é o Sol, com suas variações diárias de intensidade e espectro,
que regula de forma precisa o relógio biológico humano:
marcando a liberação de melatonina, ajustando a temperatura corporal
e sincronizando o metabolismo energético com o ciclo claro-escuro da Terra.
Perceber o Apus é perceber essa dança invisível entre corpo e planeta.
Cada passo no chão é uma reorganização do campo elétrico terrestre.
Cada respiração é uma troca molecular com as árvores e o mar.
Quando tomamos consciência disso, deixamos de existir como indivíduos isolados
e passamos a existir como células de um corpo maior — o corpo da Terra.
Sinapses elétricas e pertencimento cósmico
As sinapses elétricas, diferentes das químicas, permitem comunicação bidirecional e instantânea entre neurônios.
Elas não esperam recompensas dopaminérgicas nem tempo de processamento.
São puras conexões de presença — energia que vai e volta.
Essas sinapses são a metáfora fisiológica do pertencimento cósmico:
o estado em que o humano não “usa” o ambiente, mas troca energia com ele.
É o “tocar e ser tocado” das coisas.
Quando o sistema nervoso entra nesse regime de sincronia elétrica,
a percepção se torna circular — o corpo sente o ambiente e o ambiente sente o corpo.
Essa é a espiritualidade no fazer: agir sem separação, com fé na coerência do todo.
Neurociência Decolonial e ética do sentir
A visão colonial separou o corpo da natureza e a consciência da matéria.
A Neurociência Decolonial restaura o elo perdido:
mostra que o sentir é a linguagem comum entre todos os seres vivos.
A ética nasce do sentir.
O sentir nasce do metabolismo.
E o metabolismo é a dança da vida com a Terra.
Na prática, o Apus propõe uma nova ética neuroecológica:
agir com consciência do impacto bioelétrico e emocional que cada gesto imprime no coletivo.
Cuidar de si é cuidar do ambiente;
pertencer é um ato biofísico e espiritual ao mesmo tempo.
Síntese
Apus é o sentido que une o corpo ao cosmos.
É a propriocepção expandida que nos lembra que estamos sempre em relação —
com o solo que pisamos, com o ar que respiramos e com o ritmo dos outros seres que coexistem conosco.
O corpo é o primeiro território da consciência;
a Terra é o corpo ampliado onde essa consciência se reflete.
Ao reconhecer o Apus, voltamos a sentir o mundo não como cenário,
mas como parte viva do nosso próprio sistema nervoso.
Referências pós-2020
Damasio, A. (2021). Feeling & Knowing: Making Minds Conscious.
Pereira Jr., A. (2021). Triple-Aspect Monism and the Unity of Mind and Body.
Khalsa, S. S., & Lapidus, R. C. (2023). Interoception and the Embodied Self. Nature Reviews Neuroscience.
Northoff, G. (2022). The Spontaneous Brain: From Mind–Body to World–Brain Relation.
Solms, M. (2021). The Hidden Spring: A Journey to the Source of Consciousness.
Tavares, D. et al. (2023). Embodied Cognition and Environmental Synchrony in Collective Behavior.
Cajochen, C. et al. (2021). Evidence That Lunar Cycle Modulates Human Sleep Under Natural Conditions. Science Advances.
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DANA: The DNA Intelligence – Decolonial Neuroscience
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Yãy Hã Miy: To Imitate Oneself to Transcend Oneself
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Interoception and the Original Feeling: How the Body Learns to Be
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La Conciencia de los Umbu: Fe, Cuerpo y Hacer Sagrado
The Consciousness of the Umbu: Faith, Body, and Sacred Doing
A Consciência dos Umbus: Fé, Corpo e o Fazer Sagrado
El Huevo y el Origen del Pensar: El Cuerpo como Territorio del Pertenecer
The Egg and the Origin of Thought: The Body as a Territory of Belonging
O Ovo e a Origem do Pensar: o Corpo como Território do Pertencimento

A Consciência dos Umbus: Fé, Corpo e o Fazer Sagrado
Deputado Federal Joinville Sambaqui
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