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O cérebro humano passa por diversas transformações ao longo da vida. Quando uma pessoa nasce, milhares de conexões neuronais vão se formando conforme o bebê experiencia o mundo a sua volta, novos neurônios nascem e se desenvolvem. Essas conexões aumentam de número e se fortalecem a medida em que são reforçadas. Assim como as outras fases, o envelhecimento também é acompanhado de diversas mudanças, como a atrofia do tecido.
 
A atrofia cerebral acontece de forma natural, de maneira global e não uniforme. Entretanto, o envelhecimento patológico - que ocorre quando o amadurecimento do cérebro é acompanhado por alguma doença, como as demências - está relacionado a uma atrofia mais grave e generalizada e este fato é objeto de investigação de muitas pesquisas ao redor do mundo.
 
Alguns estudos apontam para a hipótese de que a atrofia ligada ao envelhecimento está relacionada com um sistema arterial mais rígido. Essa é uma das formas de explicar o fenômeno, porém pesquisadores do Laboratório de Imagens ópticas e Moleculares, localizado no Insituto de Engenharia Biomédica em Montreal, têm outras sugestões.
 
Os estudiosos utilizaram técnicas como a Near-infrared spectroscopy (NIRS) e ressonância magnética (MRI) para investigar a relação entre pulsação cerebral regional e espessura cortical. Eles imaginaram que regiões em que a pulsabilidade é mais alta apresentam maior atrofia.


Para realizar a pesquisa, os cientistas contaram com 60 voluntários saudáveis, divididos entre idosos (idades entre 65-75 anos) e jovens (idades entre 19-31 anos), esses últimos representaram o grupo controle. Cada participante passou por uma sessão utilizando NIRS, por uma ressonância magnética e por uma MRI fase-contraste. Todos os indivíduos também passaram por uma bateria de exames neuropsicológicos para garantir que não havia déficit cognitivo.
 
O NIRS foi sincronizado com um pletismógrafo de pulso e um eletrocardiograma.
 
No grupo com adultos mais velhos, foram observadas correlações mais fortes entre pulsação e espessura do córtex nas regiões dos córtex temporal superior e médio, além das áreas superior, inferior e média do córtex frontal. Essa foi mais baixa nas regiões pós-central e superior do córtex parietal. Os achados indicam a possibilidade de que maior pulsatilidade cerebral aja como fator de risco para o estreitamento cortical em algumas regiões do cérebro. Os resultados também têm potencial para fornecer informações acerca de comprometimentos cerebrovasculares.
 
Estudos como esse são importantes para auxiliar na compreensão de como o cérebro se comporta em diferentes fases do desenvolvimento, além de serem extremamente relevantes para se descobrir se essas mudanças são, ou não, acompanhadas de um processo patológico.
 
Referências
 
Mohammadi, H., Peng, K., Kassab, A., Nigam, A., Bherer, L., Lesage, F., & Joanette, Y. (2021). Cortical thinning is associated with brain pulsatility in older adults: An MRI and NIRS study. Neurobiology of aging106, 103–118. https://doi.org/10.1016/j.neurobiolaging.2021.05.002
 


Sayonara Pereira da Silva

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