EEG + fNIRS para BCI: O Dataset Definitivo de Imagética Motora (2025)

Yi, S., Xu, J., Li, M., Wang, Z., Han, Y., & Lin, C. (2025). A multimodal dataset for motor imagery combining EEG and fNIRS recordings. Scientific Data, 12(1).

Consciência em Primeira Pessoa Brain Bee Idea

Feche os olhos e imagine mover sua mão.
Nenhum músculo se contrai, mas o cérebro vibra como se o gesto fosse real.
Essa fronteira — entre o movimento físico e o movimento imaginado — é uma das mais belas expressões da Consciência em Primeira Pessoa.
O corpo pensa sem agir; a mente age sem corpo.
E, no entanto, há energia.
Há direção, há intenção.

Essa energia é o que chamo de tensão existencial do gesto — o embrião de toda ação e de toda criatividade.
E é exatamente essa tensão que o estudo de Yi et al. (2025) nos permite observar, quantificar e compreender como nunca antes.

 O Estudo

O trabalho de Yi et al. apresenta um dataset multimodal único, combinando EEG (eletroencefalografia) e fNIRS (espectroscopia funcional no infravermelho próximo) durante tarefas de imagética motora — ou seja, movimentos imaginados de membros superiores, sem execução real.

O conjunto de dados inclui dezenas de participantes, múltiplas condições de imagética, registro sincronizado entre EEG e fNIRS, e alta resolução temporal e espacial.
É, até o momento, uma das bases públicas mais robustas para estudar interação neurovascular e neuroelétrica durante a simulação mental de ações.

O mais fascinante é que este dataset abre caminho para compreender como a mente encena o corpo — um teatro interno que revela o nascimento do movimento antes da carne.

Imagética Motora e Zona 2

Na Zona 2, o corpo e a consciência estão metabolicamente alinhados, operando entre 92% e 94% de SpO₂ — o ponto de máxima fruição energética e mínima resistência cognitiva.
É o estado em que o cérebro age sem esforço, e o corpo pensa sem tensão.
Um instante em que a intenção já contém o movimento, mas ainda não o executa.
A imagética motora traduz exatamente esse fenômeno: a ação suspensa, o gesto interiorizado.

O córtex motor se ativa, o sangue flui, as ondas beta e mu se organizam em padrões de prontidão — e, mesmo assim, os músculos permanecem imóveis.
É o cérebro experimentando o mundo sem perturbar o mundo.
Um exercício natural de ética biológica e de economia da energia existencial.

Fruição e Energia Neural

Durante a imaginação motora, o corpo não “finge” o movimento — ele o vive em sua forma mais pura, sem o gasto metabólico da execução.
Isso faz da imagética um laboratório natural de Fruição, em que o sujeito atua sem esforço, sente sem atrito.

O EEG capta as oscilações rápidas do pensamento motor; o fNIRS, o fluxo lento da oxigenação cerebral.
Juntos, revelam que a imaginação não é uma sombra da realidade, mas um modo mais econômico e inteligente de existir.

É possível observar a sincronia entre energia elétrica e hemodinâmica — como se o sangue dançasse no mesmo ritmo da ideia.
É a vida pensada antes de ser vivida.

Eus Tensionais e Plasticidade

Cada tentativa de mover o corpo — real ou imaginada — envolve o que chamo de Eus Tensionais: microestados identitários criados pelo metabolismo cerebral diante de uma tarefa.
Esses eus não são personagens psicológicos, mas configurações neuroenergéticas transitórias que moldam a ação.

Na imagética motora, vemos o eu tensional da intenção pura — aquele que prepara, regula e projeta o gesto antes que o corpo aja.
O EEG mostra sua assinatura em oscilações mu e beta; o fNIRS mostra o aumento de fluxo pré-motor e suplementar.
São os mesmos circuitos que sustentam a atenção, o aprendizado e o ato criativo.

Treinar essa consciência tensional é, portanto, treinar o cérebro para agir com delicadeza — sem desperdiçar energia, sem violência.

Evidência e Aplicações

Yi et al. (2025) oferecem um marco científico importante:

• O dataset inclui gravações sincronizadas de EEG-fNIRS durante imagética motora com diversos tipos de tarefas e ensaios;
  
  

• Permite estudar o acoplamento neurovascular entre atividade elétrica e fluxo sanguíneo cortical;
  
  

• É ideal para modelos de aprendizado de máquina e interfaces cérebro-computador (BCI), onde o comando mental é convertido em ação tecnológica;
  
  

• Fornece dados comparáveis para estudos sobre plasticidade motora, reabilitação e meditação de movimento.
  
  

Para quem atua no campo das neurotecnologias humanas, esse material é ouro: um mapa aberto da mente em movimento.

Uma Leitura Decolonial e Ética

O maior risco das tecnologias BCI é tratar o cérebro como uma máquina de comando, reduzindo a consciência a uma interface funcional.
Mas a Neurociência Decolonial propõe outra leitura:
o cérebro não é uma ferramenta; é um ambiente vivo de relação.

Os dados de Yi et al. mostram que o gesto, antes de ser utilitário, é um modo de sentir o pertencimento.
A imaginação motora é uma linguagem de cuidado — ela ensina a agir sem ferir, a mover sem dominar.

Essa é a base da Neuroética do Movimento, onde a tecnologia deve expandir a experiência do ser, não substituí-la.
Toda interface deve começar pelo respeito à Mente Damasiana — essa interação viva entre corpo, intenção e sentimento.

EEG + fNIRS e o Futuro da Consciência Aplicada

No contexto do SfN 2025, esse estudo representa uma ponte concreta entre a ciência pura e a prática aplicada:

• Treinamentos de imagética e reabilitação motora usando feedback EEG-fNIRS em tempo real;
  
  

• Modelos híbridos de aprendizado profundo para decodificar intenção motora com precisão e ética;
  
  

• BCIs sensíveis à fruição, capazes de reconhecer estados energéticos equilibrados em vez de simples comandos binários.
  
  

Essas tecnologias apontam para uma nova geração de interfaces — não de controle, mas de comunhão entre mente e máquina, corpo e informação.
Um caminho em que a consciência não é reduzida a dados, mas ampliada em cuidado.

Conclusão

Yi et al. (2025) oferecem mais do que um dataset: oferecem um espelho do futuro.
Ao unir EEG e fNIRS, o estudo revela o momento em que a imaginação toca a biologia — onde o invisível do pensamento se traduz em luz e eletricidade.

É a primeira vez que podemos observar, com tamanha precisão, o instante em que o corpo começa dentro da mente.
E esse instante, de pura potência, é o lugar da criação, da cura e da consciência.

Treinar o cérebro para imaginar é, em última instância, treinar o corpo para pertencer ao mundo sem oprimir o mundo.
E talvez, nesse equilíbrio, resida o verdadeiro sentido da alta performance humana.

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El Cerebro Colectivo: Hyperscanning y el Nacimiento de la Neurociencia Decolonial

The Collective Brain: Hyperscanning and the Birth of Decolonial Neuroscience

O Cérebro Coletivo: Hyperscanning e o Nascimento da Neurociência Decolonial

Antes del Lenguaje: Fruição y Pertenencia en el Cerebro Prelingüístico

Before Language: Fruição and Belonging in the Pre-Linguistic Brain

Antes da Palavra: Fruição e Pertencimento no Cérebro Pré-Linguístico

Hyperscanning y Pertenencia Colectiva: El Cerebro que Piensa con Otros

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Hyperscanning e Pertencimento Coletivo: O Cérebro que Pensa com Outros

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