A GENEROSIDADE reforça a plenitude que possuímos no nosso interior e proporciona o estabelecimento de conexões. Cultivando potencialidades interiores, desenvolvemos a resiliência, oferecendo ao OUTRO uma via de mão dupla de ciclos positivos, gerando uma linda espiral ascendente.
A GENEROSIDADE é um presente que recebemos no nosso caminho e que nos permite oferecer mais ao OUTRO e a NÓS MESMOS. Quanto mais satisfação temos, mais poderemos satisfazer os outros, portanto expandimos o círculo de NÓS para incluir cada vez mais ELES. Dessa forma, nos doar é imprescindível, contudo uma das formas mais desafiadoras de realizar a doação é através do perdão, tanto para com outro como para si mesmo.
DOAÇÃO COTIDIANA
A generosidade está em todo lugar e sua raiz é o altruísmo (doar sem esperar nada em troca). Porém, saiba: A GENEROSIDADE FORÇADA FAZ MAL. Quando sabemos que nos protegeremos não nos doando demasiadamente, é seguro ser ainda mais generoso. Faça alterações quando houver um desequilíbrio num relacionamento e doe apenas o que quiser doar. Aquilo que DOAMOS não é minimizado pelo que NÃO DOAMOS nem pelo que RECEBEMOS do outro.
Se veja como uma pessoa generosa e note a sensação dessa experiência. É importante encontrar meios para fazer essa doação e permitir que a generosidade possa fluir, pois muitas pessoas são infelizes devido a sentirem que suas contribuições não podem ser externalizadas. Geralmente estamos tão abertos em relação ao que queremos dar que nos atrapalhamos. Note qual a sensação de quando você tira a atenção de si e põe nos outros.
COMPAIXÃO COM EQUANIMIDADE
Nós, seres humanos, possuímos uma característica bem peculiar: absorvemos o sofrimento das outras pessoas e adicionamos ao nosso. Dessa forma desenvolvemos a COMPAIXÃO, e para mantê-la, é necessário EQUANIMIDADE - um amortecedor interno entre o núcleo do nosso ser e o que passa pela consciência. O equilíbrio dessas características faz com que seja possível sentir a dor do outro sem sermos levados por ela.
Então, como obter equanimidade ao lado da compaixão? Uma das formas é centrando no nosso corpo, com consciência das sensações, enquanto experimentamos a dor do outro. Ao encararmos um sofrimento ou algo que nos atinge, é comum se sentir inundado por uma sensação de desespero, e se isso acontecer, precisamos AGIR, porque a ação reduz o desespero. Reflita sobre as atitudes que já tomou e tente imaginar como tudo isso se espalhou pelo mundo de maneiras visíveis e invisíveis.
PERDOANDO OS OUTROS E A SI MESMO
O perdão é peça-chave para a generosidade, e podemos dividi-lo em dois tipos: perdão total e perdão desvencilhado. Vamos observar suas características e de que forma podemos oferecer um perdão total e se desvencilhar.
Perdão total
Absolvição total do que ocorreu, para então recomeçar do zero, dessa forma, não buscamos indenização, punição nem pagamento de dívidas, não levamos rancor nem ressentimentos no coração. Contudo, esse tipo de perdão ocasionalmente está fora de cogitação. Como oferecer um perdão total?
Veja a pessoa em sua totalidade – quando estamos em choque, magoados ou aborrecidos, tendemos a reduzir o outro à somente aquela coisa que nos atingiu. Porém, tudo é sempre mais amplo, como outras intenções boas, toda uma complexa história de vida, além de suas próprias aspirações e esperanças.
Adote uma visão ampla – coloque tudo que ocorreu, no contexto da sua vida inteira, até mesmo suas relações e atividades.
Perdão desvencilhado
Encerramento de questões, libertando-se delas e seguindo em frente emocionalmente. É comum as pessoas continuarem negando que algo ruim ocorreu e nos culpar, mas através desse perdão você está num lugar de desprendimento. Como é possível se desvencilhar?
Escolha perdoar
Pondere o ponto de vista do outro
Tome responsabilidade pela sua experiência
Seja ciente sobre o que deve fazer
Largue mão de toda má vontade
BASES DO PERDÃO
Os dois tipo de perdão são providos por três condições:
A hora certa tem que chegar – Utilize os passos SARE para auxiliar no processo de aceitação e estabelecer a experiência dentro de você. É preciso dizer a verdade – seja compassivo em relação a como lidou com tudo que ocorreu. E principalmente, diga a verdade a si mesmo sempre.
Reconheça o custo de não perdoar – é doloroso admitir quanto pagamos pelo ressentimento e pela amargura e admitir como essas atitudes prejudicaram também outras pessoas, porém saber o custo disso é primordial.
PERDOANDO A SI MESMO
Em muitos aspectos, perdoar os outros é mais fácil do que perdoar a si mesmo. Reflita: você consegue ser generoso consigo, tal como é com os outros?
Assuma a responsabilidade pelo que fez
Sinta o remorso apropriado
Conserte e faça reparações da melhor maneira possível
Veja as causas mais profundas das suas ações
Se puder, peça perdão – se não for possível pedir diretamente ao indivíduo, peça aos outros envolvidos o perdão ou a compreensão que puderem lhe oferecer.
Perdoe a si mesmo – ofereça a si mesmo um recomeço, a dádiva do perdão total.
A verdadeira compaixão é ATIVA, não PASSIVA, ela se curva para o que sente dor e quer ajudar. Ao dispor essa ajuda generosamente, concebemos o que está dentro de nós mesmo, com base em potencialidades interiores (COMPAIXÃO, ATENÇÃO PLENA, APRENDIZADO, GARRA, GRATIDÃO, CONFIANÇA, CALMA, MOTIVAÇÃO, INTIMIDADE, CORAGEM, ASPIRAÇÃO). Quanto mais crescemos, mais podemos oferecer. Dessa forma, o mundo nos oferece de volta e nos ajuda a nos tornarmos ainda mais RESILIENTES.
Referências
HANSON, Rick; HANSON, Forrest. O poder da resiliência. Rio de Janeiro: Sextante, 2019. 256 p.