Rodar no Próprio Eixo - A Sala que Gira e o Eu que se Move
17/10/2025 at 04:10:17
Author: Jackson Cionek
17/10/2025 at 04:10:17
Author: Jackson Cionek

Atenção como Construtora do Tempo
Consciência em Primeira Pessoa
A Consciência em Primeira Pessoa é a experiência direta de ser o próprio ponto de observação do mundo.
 Ela não depende apenas de palavras, mas de sentir-se corpo, perceber as variações internas e reconhecer-se como referência dos fenômenos externos.
 Na neurociência contemporânea, esse estado corresponde ao entrelaçamento entre interocepção (sentir o interior do corpo) e propriocepção (perceber o movimento e a posição no espaço).
Quando giramos sobre o próprio eixo, experimentamos uma forma pura de Consciência em Primeira Pessoa: o corpo perde estabilidade, os sentidos entram em defasagem, e o cérebro tenta reconstruir coerência entre o que sente e o que vê.
 Esse processo revela que o tempo e o espaço são produtos do esforço neural de sincronizar diferenças.
 A cada instante de ajuste, surge um pequeno “eu tensional”, um fragmento de consciência que tenta alinhar o corpo com o mundo.
1. O corpo como laboratório do tempo
Girar sobre o próprio eixo é uma das experiências humanas mais simples e mais reveladoras sobre o funcionamento da consciência.
 É também uma metáfora perfeita para compreender o que chamamos de tempo vivido, aquele que se mede por dentro, na percepção direta.
Quando giramos, o labirinto vestibular — sistema sensorial do equilíbrio — registra acelerações angulares por meio do fluido chamado endolinfa.
 Quando paramos, o fluido continua a se mover, e o cérebro, ao comparar os ciclos de aceleração e desaceleração, interpreta que o ambiente está girando.
 Nesse momento, corpo e mundo trocam de papéis.
 A referência se desloca.
 O tempo interno e o tempo externo deixam de coincidir.
2. Quando o corpo muda de referencial
O fenômeno vestibular da pós-rotação revela algo profundo:
 a percepção do tempo é inseparável da posição corporal e do movimento.
A Mente Damasiana, entendida como consciência encarnada que emerge da interação entre interocepção e propriocepção, depende do sincronismo entre múltiplos ciclos corporais.
 Quando esses ciclos se desalinham, o “eu” que percebe muda de referência.
O cérebro tenta compensar o atraso entre o corpo que parou e o fluido que continua.
 Esse esforço de coerência cria um novo quadro perceptivo: o mundo parece girar.
 O tempo nasce da tentativa de conciliar duas medições que não coincidem.
3. A inversão perceptiva e o nascimento do tempo
Essa inversão — quando o corpo para e o mundo continua — é um exemplo claro de referência cruzada entre ciclos.
 O cérebro é, nesse instante, um comparador entre o movimento interno (vestibular) e o externo (visual).
 Esse mesmo princípio aparece em toda a natureza:
 a luz curvada pela gravidade, o eco do som no espaço, a defasagem de sinapses no cérebro.
 O tempo é o resultado dessas diferenças medidas a partir de um ponto observacional.
4. Tempo neural e Eu Tensional
Durante a rotação, múltiplos ciclos competem por coerência:
Vestibular (ouvido interno → tronco encefálico)
Visual (olhos → córtex occipital)
Proprioceptivo (músculos → córtex somatossensorial)
Atencional (pré-frontal → parietal)
Quando um ciclo predomina, a atenção se fixa — e um Eu Tensional se forma.
 Esse eu é o equilíbrio temporário entre sistemas tentando se alinhar.
 O tempo aparece como o produto de um desencontro coerente entre esses ciclos.
5. Do bebê ao atleta – o aprendizado da estabilidade
O bebê, ao aprender a sustentar a cabeça, calibra lentamente esses sistemas.
 A cada tentativa, o cérebro busca sincronizar visão, equilíbrio e tônus muscular.
 Desse sincronismo nasce a noção de “eu no espaço” — e, portanto, o tempo perceptivo.
Em atletas e bailarinos, o processo é refinado: giram, saltam e reconstroem orientação espacial em milissegundos.
 O equilíbrio entre aceleração, foco e respiração cria o estado de fruição (Zona 2), em que o tempo parece suspenso.
 O Eu Tensional se adapta a cada novo ciclo.
6. Tempo e perturbação sensorial
A instabilidade vestibular não é apenas física.
 Também pode ser emocional ou cognitiva.
 Mudanças de contexto, excesso de estímulos ou ansiedade produzem “giros internos” nos quais o cérebro tenta se reorientar.
 Quando há defasagem entre o corpo que sente e o mundo que se move, sentimos o tempo como distorção.
 Mas se essa defasagem persiste, o sistema entra em looping — o tempo psicológico perde fluidez e o presente se fragmenta.
7. Girar para compreender
Girar é uma forma simples e profunda de autoinvestigação.
 Mostra que o tempo não é linear nem universal:
 é o produto da relação entre o corpo e seu referencial.
 Ao girar e parar, percebemos o intervalo entre o que o corpo sabe e o que o cérebro acredita.
 Esse intervalo é o próprio tempo — e o observador, a consciência que emerge dele.
8. Conclusão – O eixo do mundo está em nós
O corpo é o eixo em torno do qual o tempo se dobra.
 Girar não é apenas mover-se: é perceber a instabilidade da própria referência.
 A sala gira porque o cérebro insiste em manter a continuidade de um movimento que já cessou.
 Esse pequeno atraso — esse eco perceptivo — é a semente de toda experiência temporal.
O tempo nasce quando deixamos de coincidir conosco.
Assim como as galáxias se curvam sob gravidade, a percepção se curva sob memória e expectativa.
 O corpo, ao mover-se, revela que o tempo é o esforço da consciência em restaurar coerência entre mundos que nunca oscilam no mesmo ritmo.
Sumário Brain Bee – Consciência em Primeira Pessoa
Tema: Rodar no Próprio Eixo – A Sala que Gira e o Eu que se Move
Quando você gira e para de repente, o corpo cessa o movimento, mas o mundo parece continuar.
 Essa ilusão é o resultado de dois ciclos fora de fase: o físico e o vestibular.
 O cérebro tenta sincronizá-los — e o tempo surge como o intervalo entre ambos.
Experimento:
 Gire lentamente por 10 segundos e pare.
 De olhos abertos, observe a sala girando.
 Depois feche os olhos e sinta o corpo tentando recalibrar o equilíbrio.
 O instante em que tudo “para” é o nascimento do seu tempo interno.
Relação científica:
 Essa defasagem reflete a interação entre o sistema vestibular e o córtex visual.
 O cérebro cria um modelo interno de movimento para compensar o atraso — e essa reconstrução ativa é a base da Consciência em Primeira Pessoa.
Reflexão:
 Perceber o tempo é perceber-se reconstruindo o mundo.
 Cada ciclo corporal é um relógio; cada foco de atenção, um ponto de observação.
 E o tempo — essa ilusão compartilhada — é apenas o espaço entre eles.
La Atención como Constructora del Tiempo - Brain Bee Ideas
Attention as the Builder of Time - Brain Bee Ideas
A Atenção como Construtora do Tempo - Brain Bee Ideas
El Último Tiempo: La Deshidratación y el Retorno del Agua
The Last Time: Dehydration and the Return of Water
O Último Tempo: A Desidratação e o Retorno da Água
El Tiempo de las Máquinas vs. El Tiempo del Cuerpo
The Time of Machines vs. The Time of the Body
O Tempo das Máquinas vs. o Tempo do Corpo
Fruição y Zona 2: La Desaceleración Creadora
Flow and Zone 2: The Creative Deceleration
Fruição e Zona 2: A Desaceleração Criadora
El Tiempo de los Espíritus: Taá, Pei Utupe y los Ciclos que No se Miden
The Time of Spirits: Taá, Pei Utupe, and the Cycles That Cannot Be Measured
O Tempo dos Espíritos: Taá, Pei Utupe e os Ciclos que Não se Medem
El Tiempo Neuroquímico: Dopamina, mTOR y la Ilusión de Urgencia
The Neurochemical Time: Dopamine, mTOR, and the Illusion of Urgency
O Tempo Neuroquímico: Dopamina, mTOR e a Ilusão de Urgência
Silencio, Respiración y Sincronía - La Espiritualidad DANA en la Escena Performática
Silence, Breath, and Synchrony - DANA Spirituality in Performance
Silêncio, Respiração e Sincronia - A Espiritualidade DANA na Cena Performática
Estados Corporizados de Conciencia Musical - Cuando el Cuerpo Se Vuelve Música
Embodied States of Musical Consciousness - When the Body Becomes Music
Estados Corporificados de Consciência Musical - Quando o Corpo é a Música
Corporeidad y Sincronía - Cuando el Cuerpo Se Convierte en Tiempo Compartido
Embodiment and Synchrony - When the Body Becomes Shared Time
Embodiment e Sincronia - Quando o Corpo Vira Tempo Compartilhado
Empatía y Sincronía Cerebral - El Ritmo Invisible de la Conexión
Empathy and Brain Synchrony - The Invisible Rhythm of Connection
Empatia e Sincronia de Cérebros - O Ritmo Invisível da Interação
A Percepção do Tempo como Experiência Encarnada - Do Ritmo Cardíaco à Sincronia dos Eus Tensionais
Girar sobre tu propio eje - La sala que gira y el yo que se mueve
Spinning on Your Own Axis - The Room That Turns and the Self That Moves
Rodar no Próprio Eixo - A Sala que Gira e o Eu que se Move
Dos Ciclos y Una Mirada - Por qué el Tiempo Solo Existe Cuando Hay Diferencia
Two Cycles and One Gaze - Why Time Exists Only When There Is Difference
Dois Ciclos e Um Olhar - Por que o Tempo Só Existe Quando Há Diferença

Atenção como Construtora do Tempo
Deputado Federal Joinville
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