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Ao nascer com um desenvolvimento dito "saudavel" todos os bebês manifestam quase sempre o mesmo comportamento, eles choram, manifestam os primeiros instintos de segurança (alimentação, procura por ambientes seguros que lembrem o útero, etc.) e, só depois eles vão se diferenciando, e desenvolvendo o que chamamos de "subjetividade". Mas, o que seria subjetivo são escolhas do proprios bebê ou seriam influênciadas ou ate mesmo determinadas pelo ambiente, cultura, religião ao qual ele esta inserido? 

" Somos produto do meio" (Jacques Rousseau)

A frase de Rousseau reflete muito sobre a discussão de hoje. Vamos começar pensando - Qual processo natural de qualquer bebê? ao nascer, ele desenvolve uma série de comportamentos instintivos - ele chora, procura alimento, segurança, calor, etc. E só com o tempo ele vai se diferenciando dos demais em um processo que chamamos de individualização, subjetividade, singularidade, a partir da sua interação com o meio.

O bebê, desde os primeiros meses após seu nascimento desenvolve a percepção do espaço. A partir do momento em que começa a conhecer seu corpo, o bebê identifica a parte e a relação com o todo (de seu corpo) com o sensorial e vai desenvolvendo aquilo que o torna único, subjetivo, e isso envolve crucialmente a aprendizagem inicial dos primeiros meses e anos de vida do bebê. A grande questão aqui leitor é sobre esse termo "subjetividade", aquilo que diferencia os bebês, advem do próprio bebê mesmo?

Os bebês, futuros adultos, precisam-se tornar-se alguém no mundo, ter uma profissão, uma religião ou não religião, ter valores, educação, preferências, grupos de identificação, parceiro sexual, etc. Tudo isso vai sendo criado ao longo de toda vida, porém, a maioria dessas escolhamos que chamamos de "subjetividade" não são os bebês que fazem, algumas delas até mesmo antes de nascer já havia sido projetada neles. Para perceber isso pense em um bebê, nascido no Brasil em uma família religiosa, naturalmente esse bebê acreditará em uma divindade, porém, esse mesmo bebê nascido em um país que acredita em vários deuses, provavelmente ele também acreditará! Mas, se ele vier de uma família atéia talvez nao acredite em nenhum Deus. Então, podemos dizer que a religião faz parte da subjetividade do sujeito?

 


Até mesmo a amamentação transcende o conceito biológico, pois sofre interferências sociais e culturais. Além disso, a mulher como ser social está inserida em um contexto permeado por valores que interferem diretamente em suas atitudes. E, Muitas das decisões dos bebês foram projetadas por seus país, pela sua cultura, pela sua religião, etc. uma forma de "determinismo cultural". Porém, somos seres multáveis, a cada nova experiência, a cada novo lugar, novas pessoas, podemos renascer no nosso eu, e é importante deixar que os bebês façam isso.

O trailer abaixo faz parte do documentário "Babies" que retrata a vida de quatro bebês de diferentes cantos do mundo, desdeque estes nasceram até completarem o seu primeiro ano de vida. É interessante que ele demonstra como os bebês produzem sons parecidos e suas primeiras palavras “papa” e “mama” são quase que sons unânimes independente da linguagem que estão inseridos. Nesse documentrário a forma que eles retratam a cultura é um tanto peculiar, funcionando como uma porta de entrada para maturidade psíquica do bebê. Essa maturidade se desenvolverá por volta de um ano e meio a dois anos de vida, nessa fase, os pais possuem um papel crucial de ensinar e preparar o bebê para que cresça de uma maneira saudável!




Pode-se perceber que Independentemente do meio que as crianças estão inseridas, elas os mapeiam, reconhecem, adaptam-se, se familiarizam e se desenvolvem. No entanto, estas diferentes realidades e diferenças culturais, impactam significativamente em seus desenvolvimentos, valores e identificação e cultural.

Os bebês de hoje, são os futuros presidentes, diplomatas, líderes religiosos, etc. de amanha. E mais, amanha eles estarão influenciando pessoas, nações, culturas. Cuide bem, estimule, deixe o "eu" dele renascer a cada nova experiência, precisamos dos bebês!!!


Falando em bebês, a BrainLatam apresenta estudos de mais variadas formas sobre esses pequenos!!!


Referências

ACEVEDO-RINCON, J. P. Spatial concepts in individualization, subjectivities and singularization processes. In: Journal of Physics: Conference Series. IOP Publishing, 2020. p. 012028.

CULTURA PROJETADA. Disponível em: https://www.culturaprojetada.com.br/bebes/#.X6qrWPNKgoA. Acesso em: 10 de novembro de 2020.

DE MORAIS ALVES, Tássia Regine et al. Influences of non-accession to exclusive breastfeeding: Understanding of feminine subjectivity. International Archives of Medicine, v. 10, 2017.

SABOIA, CAMILA. Misteps within the development of subjectivity: autistic signs or depression in the baby?. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, v. 22, n. 3, p. 319-325, 2019.



Livia Nascimento Rabelo

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