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Você já pensou na possibilidade de avaliar a capacidade de pacientes com lesão cerebral grave sem resposta, e com isso conseguir entender o que está sendo dito a eles? NOSSA! Isso sempre nos pareceu muito distante, entretanto, um grupo de pesquisadores da universidade de Birmingham demonstrou que isso é possível, e que pode-se fornecer informações importantes sobre como esses pacientes podem se recuperar, através de eletroencefalografia (EEG).


Lesão cerebral podem ser causada por várias condições, desde doenças até traumas. A lesão cerebral grave afeta significativamente a vida dos sujeitos, que acabam possuindo prognósticos não muito satisfatórios! Nesse sentido, cm o objetivo de melhorar os prognósticos desses sujeitos. Para isso, alguns pesquisadores utilizaram eletroencefalografia (EEG) e demonstraram que as respostas à fala podem ser medidas usando essa técnica que consegue registrar sinais elétricos no cérebro. Com isso, a força dessas respostas poderá fornecer um prognóstico preciso que pode ajudar os médicos a tomar as decisões de tratamento mais eficazes.

E como avaliaram isso?  Os pesquisadores utilizaram 28 pacientes com lesão cerebral traumática aguda (LCTA) que não respondiam a comandos mesmo sem estarem sob sedação, e os avaliaram poucos dias após a lesão. Essas avaliações podem ser feitas enquanto o paciente ainda está na terapia intensiva, ou seja, não é necessário respostas conscientes dos pacientes, sendo assim, eles não precisam exercer nenhum esforço, e mesmo assim os dados são coletados.

Nesse sentido, ao pacientes ouviram fluxos de sentenças e frases compostas de palavras monossilábicas enquanto sua atividade cerebral era monitorada por EEG. Em indivíduos saudáveis, a atividade do EEG só se sincroniza com o ritmo das frases e sentenças quando os ouvintes compreendem conscientemente a fala. Os pesquisadores avaliaram o nível de compreensão dos pacientes sem resposta medindo a força dessa sincronicidade.

 

Como resultado, esse estudo demonstrou que pacientes com LCTA podem se "imaginar" seguindo comandos, esta atividade foi monitorada e testada usando EEG. No entanto, não é qualquer paciente que responde dessa forma, esta abordagem requer uma resposta bastante sofisticada do paciente, portanto, os pacientes com capacidades cerebrais mais baixas podem ser negligenciados.

Embora bastante recente, como diria “saindo do forno”, essa percepção pode reduzir significativamente a incerteza do prognóstico nesses sujeitos, podendo contribuir na tomada de decisão dos médicos sobre continuar ou não a terapia de suporte de vida - e também garantir que os recursos de reabilitação sejam alocados para os pacientes com maior probabilidade de se beneficiar.
 

 


Referências

SOKOLIUK, Rodika et al. Covert speech comprehension predicts recovery from acute unresponsive states. Annals of Neurology, 2020.

 



Livia Nascimento Rabelo

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